Quanto a greve da PF, aqui cabem alguns esclarecimentos que se fazem
necessários para que todos façam um juízo de valor, mas com base nos
FATOS e não no que é manipulado.
1) A PF não tem qualquer tipo de reajuste desde o ano de 2007, quando
foi recebida a última das três parcelas anuais do aumento escalonado;
2) Desde 1996, por meio de lei, houve a exigência de NÍVEL SUPERIOR de
escolaridade para as carreiras operacionais: Escrivães, Agentes e
Papiloscopistas;
3) Mesmo com a exigência do nível superior, o governo manteve a tabela de vencimentos dessas carreiras como de nível médio;
4) Após intensa luta da federação dos sindicatos regionais da PF,
somente em 2011, o Ministério do Planejamento, reconheceu, oficialmente,
que os operacionais da PF tivessem o reconhecimento do nível superior,
fazendo incluir no “caderno” de atribuições do referido ministério, que
as atribuições desses servidores são de nível superior;
5) O sindicato da categoria é o único que procurou o governo desde 2009 e
cumpriu todas as exigências do referido planejamento, com várias
reuniões e apresentação de proposta, inclusive com o impacto sobre a
folha de salários, etc, etc;
6) O governo, depois de quase três anos, “reconheceu” que a tabela dos
operacionais da PF deveria ser enquadrada naquelas cargos de nível
superior, porém, esbarrou num grande obstáculo, que é a categoria dos
Delegados de Polícia Federal e Peritos Federais, os quais já estão
posicionados no topo dessa mesma tabela e as ditas “autoridades” não
aceitam, em hipótese alguma, que os operacionais percebam vencimentos
próximos aos deles sob a alegação de que isso viola o princípio da
hierarquia, etc. etc;
7) Diante desse entrave, os delegados de polícia federal “melaram” um
acordo assinado por todas as carreiras e que propunham o reenquadramento
da carreira dos operacionais nas carreiras de NÍVEL SUPERIOR,
logicamente com reflexos na majoração dos vencimentos, enquanto que o
reajuste dados ao delegados e peritos, por óbvio, seriam menores mas sem
o risco de se aproximarem dos salários do magistrados e procuradores
federais;
8) É preciso dizer que os operacionais da POLÍCIA FEDERAL, de forma
respeitosa, honraram com as exigências do ministério do planejamento e
aguardaram até o limite da PACIÊNCIA HUMANA que o governo se
manifestasse e apresentasse uma proposta de REENQUADRAMENTO dos
operacionais e um reajuste escalonado para delegados e peritos e mais
uma vez, o governo deu ouvidos aos clamores dos delegados, os quais se
escondem por trás de um movimento de justas reivindicações para tirar
proveito da situação e amealhar ESMOLA do governo;
9) Para que se tenha uma pálida ideia, nos cargos do Poder Executivo de
NÍVEL SUPERIOR, o salário inicial é de aproximados R$ 12.000,00(brutos),
enquanto que o final das carreiras ultrapassam os R$ 18.000,00(brutos).
A PF, para os operacionais, apresenta um salário inicial de R$ 7.500,00
e o final da carreira chega aos R$ 11.800,00, enquanto que delegados e
peritos se situam nos valores já demonstrados;
10) A paralisação da PF não visa se indispor ou afrontar o governo e
muito menos com a sociedade, mas apenas exige que sejam reparadas
injustiças com uma categoria, tal com as demais, tem demonstrado zelo e
competência e goza de imensa credibilidade junto à população;
11) Quem não está cumprindo com a palavra é o governo, primeiro ao
tentar “enrolar” a PF até o apagar das luzes da aprovação de orçamentos
e, segundo, e principalmente, ao dar crédito à uma única carreira
(delegados) como se fossem somente eles que fazem a instituição crescer e
apresentar resultados.
12) A Dilma é governo desde 2005 e sabia, mais do que todos, das
demandas do funcionalismo e das distorções salariais entre carreiras de
mesmo nível e infelizmente deixou a coisa chegar ao ponto em que chegou
e, no caso da POLÍCIA FEDERAL, demonstra intransigência e trabalha com a
desunião para enfraquecer e se alia à mídia bandida para tentar
desmoralizar e desqualificar justas reivindicações daqueles que, com
esforço, fazem o governa “dela” aparecer e acontecer.
De minha parte, como POLICIAL FEDERAL, me sinto constrangida a ter que
divulgar as mazelas da instituição, mas é preciso que todos saibam, ao
menos para fazer um juízo de valor dentro da nossa realidade/verdade,
pois não queremos ser os “novos marajás”, mas apenas receber, inclusive
como pecúnia, o mesmo tratamento dispensados aos outros valorosos
trabalhadores do poder executivo que conseguiram, unidos, fazer
prevalecer os interesses de toda a categoria, diferentemente do que
ocorre nos corredores da PF, onde uma casta se julga superior e
merecedora de todos os louros da fama e salários elevados.
Publicado originalmente em http://www.viomundo.com.br/politica/policial-maisa-sobre-a-greve-da-pf.html